Quando um ente querido desenvolve vício em apostas, a linha entre ajudar e piorar a situação pode ser tênue. Muitas famílias, com a melhor das intenções, acabam inadvertidamente perpetuando o comportamento problemático. Este guia prático mostra como oferecer apoio efetivo.
O Perigo do “Resgate Financeiro”
Pagar dívidas de jogo é um dos erros mais comuns. Isso alivia temporariamente a ansiedade, mas remove as consequências naturais que poderiam motivar a mudança. Estabeleça limites claros: não empreste dinheiro, não pague contas pessoais do jogador.
Comunicação Não-Habilitadora
Evite frases como “Dessa vez eu ajudo, mas é a última”. Em vez disso, diga: “Te amo demais para continuar ajudando nisso”. Ofereça apoio emocional e logístico para tratamento, nunca financeiro para novas apostas.
Protegendo os Recursos Familiares
Se o problema for grave, tome medidas práticas: altere senhas bancárias, remova o nome do familiar de contas conjuntas, proteja documentos importantes. Considere consultoria financeira profissional para reorganizar as finanças da família.
Intervenção Profissional
Terapeutas especializados podem mediar conversas difíceis. Programas como o “Modelo Johnson” envolvem toda a família no processo de tratamento, mostrando ao jogador como seu comportamento afeta os outros.
Cuidando do Próprio Bem-Estar
Familiares frequentemente desenvolvem ansiedade ou depressão. Participar de grupos como Gam-Anon (para familiares) ajuda a processar emoções e aprender estratégias saudáveis de enfrentamento.
Reconhecendo a Doença
O vício em jogos altera o cérebro como substâncias químicas. Entender isso ajuda a separar a pessoa do comportamento, mantendo compaixão sem aceitar ações destrutivas.
Estabelecendo Limites Claros
Defina regras específicas: “Você pode ficar em casa se estiver em tratamento. Se apostar novamente, precisará encontrar outro lugar para morar.” Seja consistente na aplicação.
Alternativas Saudáveis
Ajude a preencher o vazio deixado pelas apostas. Atividades familiares, voluntariado ou novos hobbies podem restaurar a sensação de prazer sem riscos.
Quando Afastar-se
Em casos de violência, ameaças ou recusa persistente em buscar ajuda, proteger a si mesmo pode ser necessário. Às vezes, o “amor duro” é o maior ato de amor possível.